Num mundo onde a Inteligência Artificial escreve livros e elabora imagens com base em sugestões, qual é o papel do artista? A primeira resposta que me vem à mente é desejar. O artista, pode até ser um combinador de referências, como a IA é, mas, por trás desse remix, há um desejo que move a sua criação.
A arte pode, então, ser vista como um encontro de desejantes: a autora, que, imbuída de intenção, cria algo que não existia; e o público, que, provocado por essa criação, incorpora esse desejo concretizado esteticamente ao seu repertório.
Mas será que o desejo faz diferença na qualidade da obra? Quem não lembra do macaco pintor que nos fazia questionar o “valor” da arte moderna? Ou, pior, será que realmente desejamos algo ou simplesmente agimos automaticamente como robôs, justificando decisões que não tomamos?
EXERCÍCIO #4
Chega dessa tirania robótica! Vamos nos rebelar e vencer a máquina no seu próprio jogo!
Seguem as regras:
Tente resolver o desafio do quarteto do term.ooo. Resolveu? Parabéns! Não resolveu? Não tem problemas. O objetivo aqui é vivenciar o papel da Inteligência Artificial tentando criar arte.
Use as quatro palavras do desafio e crie algo, tentando interpretar, a partir do seu cabedal de referências, a intenção (in)existente da aleatoriedade dos termos.
Terminado? Show. Agora mostre o que criou a outras pessoas e pergunte quais foram as 4 palavras que te inspiraram. Prepare-se para ser mal-entendida como qualquer Inteligência Artificial de respeito.
ANTERIORMENTE EM TORANJA…
Semana passada, desafiamos vocês a criarem uma obra baseada em outra, roubando como um artista, e tivemos surpresas bem interessantes que nos permitiram conhecer não só a obra derivada, como a original.
Lívia, por exemplo, partiu da música Paradeiro, de Marisa Monte e Arnaldo Antunes, e fez um comentário sobre ela, abrindo a sua interpretação pessoal de como ela a afeta, inclusive se referenciando diretamente a seus intérpretes.
Já Munike Àvila se inspirou no poema Ascendente em escorpião de Matilde Campilho, e contou a história de um outro nascimento, agora do ponto de vista da mãe, nos comentários da newsletter.
Essas duas contribuições mostram quão próxima ou distante da inspiração a criação pode ficar. No texto da Lívia, a referência é direta, trazendo o título e os intérpretes explicitamente. No da Munike, se ela não citasse o poema, talvez não faríamos facilmente essa ligação. Ou seja, vivemos sendo inspirados, mesmo que não salte aos olhos, e até o mais original pode ser também uma homenagem ou uma recriação.
Não esqueça de compartilhar suas criações em suas redes sociais usando a hashtag #toranjanews ou as enviando para o e-mail extoranja@gmail.com
BONA TO VADA!
E até a próxima experiência!
Share this post